Números da inadimplência crescem há dois meses sem parar

23 de junho de 2016

Números da inadimplência crescem há dois meses sem parar

Muita gente comprou mais do que podia – e se endividou. As dívidas não pagas em dia aumentaram pelo segundo mês seguido.
Crédito e consumo fizeram a economia do país crescer. Mas houve exagero. Muita gente comprou mais do que podia – e se endividou. As dívidas não pagas em dia aumentaram pelo segundo mês seguido.

Nas lojas, é possível comprar sem entrada e com prestações a perder de vista. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para fogões, geladeiras, lavadoras de roupa, móveis e carros teve um enorme impacto sobre o consumo. Mas chegou a hora de pagar e ficou difícil para muita gente. Desde maio, os índices de inadimplência começaram a crescer.

De acordo com os indicadores da Serasa, as prestações com atraso de mais de 90 dias aumentaram em maio e em junho. A inadimplência atinge principalmente as classes C e D.

O índice de junho deste ano teve um aumento de 5,2% em relação a junho de 2009 e cresceu pouco mais de 1% de maio para junho.

Nos órgãos de defesa do consumidor, a procura por ajuda para negociar dívidas também tem aumentado dia a dia. No Rio de Janeiro, os defensores montaram um núcleo para ajudar os mais endividados.

“Primeiro passo é tentar negociar com credor de forma que a prestação seja reduzida que caiba no bolso do consumidor. Não havendo condição de negociar diretamente, procure um órgão especializado, pode ser defensoria, Procon, alguém que possa intermediar e chegue a um acordo que seja bom para ambas as partes”, aconselha Fábio Schwartz.

O vigilante Renato Feitosa comprou um carro no fim de 2008. Vinha pagando religiosamente, mas ficou sem emprego por nove meses. Há quatro, parou de pagar pelo carro. Agora tenta negociar uma prestação mais baixa: “Diminuindo o valor já tem condição de arcar com essa dívida e não ficar mais inadimplente e retomar minha vida novamente.”

O economista Carlos Thadeu de Freitas diz que o número de endividados cresceu do mesmo jeito que a economia brasileira também está crescendo e que a tendência é que o índice de inadimplência venha a se estabilizar.

“Acho que o que nós temos hoje são eventos pontuais. Cresceu muito, vai diminuir um pouco. Hoje vamos ter aumento da inadimplência, as pessoas estão muito endividadas, mas nada assim que possa dizer que é catastrófico”, diz Carlos Thadeu de Freitas.

Fonte: Bom dia Brasil – Internet – 13/07/2010

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